quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Regresso




Queima. Agarra-se à pele
Este sentimento, antes sem sentido
Que fere , destrói e rasga
Em mil pedaços a imagem de que pertencia
A um universo único, iluminado,
Engastada como pérola num arco anelar.
Arco seguro, porto certo…
Sou, afinal, um mero batel,
Em ondas alterosas, num mar perverso.
Vacilo, tenteio de funduras a picos
No vogar inclemente do afastamento,   
Da mágoa que fossiliza.
E o que mais arde...
É não conseguir encontrar o caminho de regresso!


Fátima Almeida

(Pintura de Silva Porto)

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Pedrogão...

                                              

De barro, de terra e de céu 
photo by TVI24@iol.pt
Pertence a um lugar orlado de cinzas
Outrora pintado de cores vivas e fortes.
Como um véu, o céu vibra no azul
Infinito, azul de mar… que fica longe!
Azul ao poente, azul antes das estrelas
Azul do amanhecer, dormente!
Da terra brota a água turva
Que incessante serpenteia e lava
O colo dorido da serra e dos caminhos.
Gotículas de sangue desprendem-se dos olhos,
Ainda em chamas, ainda em grito,
Ainda em súplica, tão ou mais ardente!...
Que fazer? Onde ancorar a mágoa
Que se eleva ao azul, impávido, do céu,
Como um, daqueles troncos,
Negros, calcinados, sedentos de justiça?
Onde repousam a cabeça
Os homens, poucos, que aqui pertencem
Que aqui jazem
Enraizados, entrelaçados, presos
A um pesadelo sem fim,
A um abraço vazio sem reverbero?
Quem roubou a esperança
Aos homens moldados na terra
Com reflexos de céu?

Fátima Almeida

2017, Junho, 18

terça-feira, 28 de março de 2017

Meu fadário

No vazio destas ruas
Onde passa tanta gente
Procuro e não encontro
Alma, abraço, mão presente

Vagueando horas mortas
Nestas vielas estreitas
Chão de fado, vidas tortas
Promessa que não rejeitas

Neste lastro, neste enleio
De vida vã, vida louca
Vivo penando e receio
Ser para ti, coisa pouca

Mau presságio! Este amor,
Vagabundo, dor errante,
Grita em mim, tão sofredor, 
Meu fadário, neste instante!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

A Sombra dos Dias


No passado dia 26 de Novembro de 2016, no Auditório da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, apresentei o meu primeiro livro de poesia: A Sombra dos Dias. A Editora Labirinto proporcionou-me esta experiência inesquecível.
A capa é uma foto de Dalila Dano
O Prefácio é da autoria do Professor, Doutor José Moreira da Silva (Universidade do Minho)
Na sessão de apresentação estiveram presentes:
Dr. Paulo Cunha, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão
Professor, Doutor José Moreira da Silva
Sr. João Artur Pinto, da Editora Labirinto
Leram poemas os meus amigos:
Dr.ª Dalila Dano - Poemas: "Entardecer" e "Só"
Dr.ª Filomena Fonseca - Poema "Ode a Castelões"
Dr.ª Neuza Fangueiro - Poema "Quase Natal"
Prof. Carlos Silva - Poema "Cidade"
Prof. António Sousa - Poema "Aerograma"
Os Díssono, Edgar Ferreira e André Silvestre, completaram a sessão musicalmente.
O Pedro Zimann fez a recolha de Imagens.
Na assistência a minha família, amigos e conhecidos deram-me o privilégio da sua presença.
O Grutaca, Grupo de Teatro Amador Camiliano ofereceu o bolo de Aniversário já que também era dia do meu aniversário.
O livro está á venda, entre outras livrarias, na Livraria Fontenova,na Alameda Luís de Camões, em Vila Nova de Famalicão.
Bem hajam!