Queima. Agarra-se à pele
Este sentimento, antes sem sentido
Que fere , destrói e rasga
Em mil pedaços a imagem de que pertencia
A um universo único, iluminado,
Engastada como pérola num arco anelar.
Arco seguro, porto certo…
Sou, afinal, um mero batel,
Em ondas alterosas, num mar perverso.
Vacilo, tenteio de funduras a picos
No vogar inclemente do afastamento,
Da mágoa que fossiliza.
E o que mais arde...
É não conseguir encontrar o caminho de regresso!
Fátima Almeida
(Pintura de Silva Porto) |
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