quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Só!

Olho-a e penso:
Quando voltará a cair
a lágrima, teimosa,
suspensa no canto do olho?
A voz embargada
recortada nas palavras
acesas e pardas
tende a sumir-se, como a dor,
para um qualquer recanto
onde, escondida, soçobra!
Resta-lhe a memória
de um lar pleno e repleto
onde falava mais alto
o afeto,
para onde fugia
nos dias vazios e pardos.
Ficou-lhe a lembrança
das rosas e dos pessegueiros
luminosos e amplos,
do tempo da sua infância
Ficou-lhe o sabor dos abrunhos
o toque dos cardos
e a desesperança.
Que sina!
Que desamor!
Solidão e lágrimas

Saudade e dor!

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